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É um fenômeno crescente. Cada vez mais pessoas abraçam essa dieta que, mais que uma dieta, é uma causa: o vegetarianismo

Por Alessandra Siedschlag e Ana Paula Xavier

Um vegetariano é uma pessoa que elimina de seu cardápio o consumo de todo tipo de carne (boi, frango, peixe, frutos do mar). Os motivos que levam uma pessoa a adotar uma dieta vegetariana são diversos. Entre eles estão saúde, meio ambiente, compaixão pelos animais e religião.



Formas de vegetarianismo

Existem várias formas ou graus de vegetarianismo, classificados de acordo com o tipo de restrição de alimentos:

Ovo-Lacto-Vegetarianos: consomem ovos, leite e derivados. É a forma mais comum de vegetarianismo.

Lacto-Vegetarianos: consomem leite e derivados. Não consomem ovos. Esta é a característica alimentar da maioria da população indiana.

Vegans ou Vegetarianos Puros: não consomem nenhum produto de origem animal, inclusive ovos, leite e derivados, gelatina e mel. Os vegans vão além da questão alimentar, abstendo-se também do consumo de lã, couro e cosméticos que contenham derivados animais ou que tenham sido testados em animais. É a forma mais completa e mais rara de vegetarianismo, apesar de o número de adeptos estar crescendo ultimamente.



A questão da proteína

“De onde você tira suas proteínas?” Quem é vegetariano ouve essa pergunta muitas e muitas vezes. Afinal, é possível consumir a proteína necessária para a boa saúde, mesmo sem comer carne?

George Guimarães, nutricionista especializado em dietas vegetarianas, é categórico ao afirmar que sim. “A proteína é um dos nutrientes mais fáceis de serem obtidos. Não somente é a proteína vegetal suficiente, mas ela é também superior à proteína animal. A carne, por exemplo, seja ela qual for, é composta por proteína, gordura e algumas vitaminas e minerais. Ela não contém um grama sequer de carboidratos ou fibras.
A busca por uma quantidade exagerada de proteína pode transformar cardápios excessivamente ricos em gorduras e extremamente pobres em fibras e carboidratos complexos”, diz o nutricionista.

Ainda segundo George, uma dieta rica em proteínas está diretamente ligada à perda de massa óssea (osteoporose) e o consumo excessivo de gorduras é o principal fator para obesidade e doenças cardiovasculares. “Ao mesmo tempo, uma dieta pobre em fibras e carboidratos complexos implica a ocorrência dos mais variados problemas de saúde.”



O equilíbrio, nada distante

A nutricionista Suzigley Santiago alerta que o grupo que tende a sofrer o maior impacto sobre a saúde é o grupo dos vegans: aqui, a restrição das proteínas é maior, assim como a carência da vitamina B12, cuja falta pode levar à anemia – especialmente em crianças e adolescentes, cujas necessidades são, obviamente, maiores.

“Existem dois tipos de proteínas: as de alto valor biológico, que são encontradas nas carnes, e que contêm colesterol e gorduras saturadas, e as de baixo valor biológico, encontradas nos vegetais e nos grãos, que não têm colesterol”, explica Suzigley, que discorda de George. “Um tipo não é melhor do que o outro. O que é ruim é o desequilíbrio, ou seja, o excesso de um ou de outro”, diz a nutricionista, que cita que se uma pessoa tem risco cardiovascular, por exemplo, deve escolher se alimentar de poucas ou nenhuma proteína com colesterol e gorduras saturadas.

Suzigley finaliza dizendo que: “O alimento perfeito não existe, todos funcionam melhor em grupo, um complementando o outro. Quanto mais variada e colorida a alimentação, mais você atinge o equilíbrio de proteínas e outros nutrientes indispensáveis a uma alimentação saudável”.



Fontes de proteína para os vegetarianos

*Cereais: arroz integral, trigo, aveia, milho e cevada. Entre os cereais, ainda temos a quinua, o mais completo.

*Leguminosas: feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, ervilha.

*Frutos oleaginosos: nozes, amêndoas, castanhas, avelãs.

*Ovos e leite (para os ovo-lacto-vegetarianos)


O importante é saber que não é só parar de comer carne e pronto. É preciso consultar um nutricionista, como em qualquer transição alimentar, para que você não tenha problemas – que podem ser sérios.

“A informação é a principal arma de quem busca adotar uma dieta vegetariana. É preciso conhecer novos alimentos, aprender novas receitas e saber quais são as fontes dos nutrientes mais importantes. Quanto mais informada a pessoa estiver, mais apta ela estará a discernir entre fatos e mitos, o que é muito importante quando se trata de nutrição vegetariana”, conclui George Guimarães.

Fonte: IG Beleza

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