Ao contrário do que se pensa, acne não é só problema de adolescente; mulheres adultas também sofrem com ela. Ainda bem que não param de surgir novas alternativas de tratamento
Por: Tatiana Schibuola Alimentação saudável é fundamental para evitar as espinhas saúde
Uma espinha enorme, bem no dia D. Dia daquela festa, do casamento, da entrevista de emprego. Não há mais dúvida de que acne não é só coisa de adolescente. Mulheres e homens adultos também têm. Um estudo publicado no Journal of the American Academy of Dermatology descobriu que, dos 20 aos 29 anos, 50,9% das mulheres sofrem com cravos e espinhas. Ela pode ser do tipo persistente, que resiste desde a adolescência, ou então do tipo surpresa, que surge do nada. Desvantagem extra – em adultos o tratamento costuma ser mais difícil.
Os porquês da acne
Em qualquer idade, cravos e espinhas, em seus mais variados graus, são resultado de uma receita certa: um espessamento da camada mais superficial da pele, que entope os poros; glândulas sebáceas que produzem óleo em excesso; e bactérias que encontram nos poros entupidos e cheios de sebo o ambiente ideal para proliferar-se. É como um vulcão prestes a explodir.
Aí você pergunta: por que justo comigo e não com a Juliana Paes?
• Pode ser predisposição genética. Um estudo mostrou que pelo menos a metade dos que sofrem com acne têm um parente de primeiro grau que também teve a doença.
• Junte a isso as flutuações hormonais, comuns nas mulheres. Não é à toa que geralmente as espinhas aparecem uma vez por mês, quase sempre entre a ovulação e a menstruação.
• E então vem o estresse, um dos principais agravantes da acne. Quando estamos muito cansadas, ansiosas, sem dormir, bebemos ou fumamos demais há a liberação de hormônios específicos – e dá-lhe espinhas. O pior é que o rosto cheio delas causa mais estresse e acaba agravando o quadro.
Ainda há outras causas envolvidas, que vão desde o uso de cosméticos até doenças como a síndrome do ovário policístico. E é porque há tantos fatores que a acne torna-se difícil de tratar. Mas os médicos não deixam de buscar novos tratamentos para o problema.
Onde procurar ajuda
Quase sempre, quem sofre de acne busca alívio na farmácia da esquina, atrás de medicamentos de venda livre. E, acredite, pode dar certo, geralmente para quem sofre de acne branda. Lá, os tops de linha são os produtos à base de substâncias de ação comprovada, mesmo em concentrações seguras de se consumir sem a orientação médica. Estamos falando de peróxido de benzoíla (de ação bactericida), ácido salicílico (que funciona como um esfoliante), enxofre e resorcinol (que, juntos, atuam contra a bactéria da acne e ainda esfoliam levemente).
Mas, se em seis a oito semanas os produtos lhe parecerem ineficazes, vá logo procurar um dermatologista e buscar um diagnóstico de especialista – e tratamento idem. Quanto mais rápido você agir, menor a chance de ganhar cicatrizes.
Sabonetes, loções e antibióticos fazem parte do arsenal de cuidados. A ordem é começar com o que há de mais leve para “sentir” a pele do paciente e suas possíveis reações. Mas, hoje, os médicos andam empolgadíssimos com novas e tecnológicas soluções, capazes de, em três ou quatro sessões, deixar para trás os rastros do problema. Se a coisa realmente pegar, será o fim daqueles tratamentos compridos, com resultados a longo prazo – que acabam com a auto-estima de qualquer mulher.
Um novo estudo, publicado em julho do ano passado no American Journal of Clinical Nutrition, sugeriu que pacientes que seguiram uma dieta com carboidratos de baixo índice glicêmico (pães e massas integrais, frutas, verduras e legumes) tiveram uma redução da acne, em comparação com pacientes que consumiam uma dieta rica em açúcares simples (doces, pães e massas brancos). “Ainda é cedo para conclusões. Mas quando um paciente percebe que comeu alguma coisa e surgiram espinhas, recomendo que retire o tal alimento do cardápio”, diz Adriana Leite, dermatologista de São Paulo.
Como surge uma espinha
1. Há um aumento da produção de sebo
2. Os queratinócitos, células da superfície, se acumulam e entopem o poro
3. O poro entupido atrai bactérias, que provocam inflamação
Roacutan: Sem dúvida, ainda o melhor
A isotretinoína, conhecida pelo nome comercial Roacutan, ainda é, na opinião dos especialistas, o melhor remédio para a acne. As cápsulas diminuem o tamanho das glândulas sebáceas, atacam as bactérias e não deixam que as células da superfície da pele fechem os poros. Logo no primeiro mês, pode haver uma piora danada. Mas em até seis meses, a pele fica lisinha – são raríssimos os casos em que isso não acontece. O preço, no entanto, é alto. Não só pela grana, mas pelos efeitos colaterais. A pele e os lábios ressecam e descamam, os olhos também ficam secos. E há riscos sérios envolvidos, como a chance de má-formação fetal. Por isso, as pacientes precisam assinar um termo dizendo-se cientes de que não devem engravidar durante o tratamento. Os médicos estudam formas de diminuir tais efeitos. Como, por exemplo, receitar doses mais baixas por um período mais prolongado.
Os novos tratamentos para a acne
Nome do tratamento: fototerapia dinâmica.
Como é: o médico aplica um medicamento sobre o rosto, chamado ácido aminolevulínico. A paciente aguarda por cerca de uma hora, em local escuro. Aí, a área afetada é exposta à luz azul ou luz pulsada. A energia e o medicamento reduzem o tamanho de glândulas sebáceas e, em alguns casos, ainda melhoram as cicatrizes e a textura da pele.
Sessões: 3, com intervalo de duas semanas.
Porém: após a sessão, a pele pode ficar inflamada por alguns dias. Os médicos ainda não chegaram a um consenso sobre o protocolo do tratamento.
Preço: de R$ 1.000 a R$ 1.500 por sessão.
Nome do tratamento: isolaz.
Como é: um aparelho com uma ponteira que realiza sucção e extrai o sebo das espinhas – “Por isso ele pode ser aplicado em casos mais graves de acne (quando há espinhas inflamadas)”, explica Daniela Nunes, dermatologista do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, emite uma energia que destrói as bactérias. Em cerca de uma semana, a pele deve apresentar uma boa melhora.
Sessões: duas ou três, com intervalos de três semanas.
Porém: nos dois primeiros dias, há vermelhidão. Só chega ao Brasil neste mês.
Preço: de R$ 600 a R$ 800 por sessão.
Nome do tratamento: toxina botulínica.
Como é: as injeções de toxina botulínica são aplicadas superficialmente, na pele, com o intuito de atingir as glândulas sebáceas – e com isso reduzir a sua capacidade de produzir óleo. As picadas são realizadas com um centímetro de distância. “O efeito antiacne teria duração de, pelo menos, dois meses”, explica Guilherme de Almeida, dermatologista de São Paulo.
Sessões: uma a cada dois ou três meses.
Porém: o tratamento ainda carece de mais estudos que comprovem a sua eficácia. Em mãos não habilidosas, pode deixar o seu rostinho torto.
Preço: ainda indefinido.
O futuro é agora
O aparelhinho aí ao lado está mais para um novo MP3 Player. Mas, na verdade, é a última novidade do mercado americano para combater a acne. Trata-se de um dispositivo para usar em casa. Ele emite energia em freqüência controlada. Ao ser posicionado sobre a espinha por cerca de dois a três minutos, liberaria calor suficiente para destruir as bactérias que causam a inflamação da acne. Tem a aprovação do FDA (o instituto americano que regula alimentos e medicamentos). Ainda não existe no Brasil, mas acredita-se que esse tipo de aparelho represente o futuro dos tratamentos para a pele.
Fonte: Revista Gloss
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