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Dança & Cia


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Você não precisa ser celebridade para dar um show nas pistas com o seu par. Basta ter energia, ritmo e uma produção que valorize o seu balanço. Além de delicioso, dançar ainda ajuda a queimar calorias. E, melhor, com muita alegria! Uêpaaa!

Lívia Major



Você também ficou morrendo de vontade de ser como a Jennifer Lopez e deslizar pelo salão nos braços do Richard Gere, quando assistiu Dança Comigo, não é mesmo? E, garanto, foram vários os motivos que a levaram a sonhar com isso: o parceiro dela, o molejo e aquele corpo escultural, sem nenhuma gordurinha saltando da roupa coladinha. Você tem razão. Além de provocar um superefeito visual, a dança de salão ajuda a modelar o corpo, aumenta o condicionamento físico, melhora a circulação sanguínea, exercita a memória e relaxa. Tudo começou no século XIV, com os nobres, que amavam a valsa. A partir do século XX, a técnica passou a receber inúmeras influências. Hoje, são muitos os ritmos que a compõe. Nas academias, os principais são a salsa, o tango, o samba, e o forró, cada um com diversas variações.


O professor e dançarino carioca Jaime Arôxa explica que a técnica é parecida, mas cada ritmo possui um caráter diferente. "Os passos são basicamente os mesmos. Usamos, principalmente, giros, deslocamentos e transferências, mas cada um tem suas particularidades". Segundo ele, nos últimos anos, a divulgação pela internet e a massificação de workshops banalizou um pouco a prática. "Às vezes, nos congressos, por exemplo, há dez especialistas diferentes, cada um ensinando de um jeito. Se você pretende melhorar seu desempenho nas pistas, o melhor é eleger um professor e se dedicar à técnica da forma que ele orientar. DVDs e vídeos da internet devem ser um complemento", aconselha Jaime.

Através da dança você expressa sentimentos, extravasa tristeza e alegria. Não existe certo ou errado. É você com suas emoções



Corpo no ritmo

A dança de salão trabalha, principalmente, glúteos, coxas e pernas. E quem comanda são os pés, claro. "A força vem de baixo para cima. O abdome também é exercitado, já que deve estar encaixado o tempo todo, para dar equilíbrio. Mas o tronco e os braços ficam relaxados, para evitar tensão nos ombros", explica Jaime Arôxa.

O gasto calórico depende do ritmo de cada aula e da energia gasta por cada um. É uma atividade que envolve emoções, então, se você souber controlá-las, terá um ganho maior. E quanto mais divertida a aula, mais calorias serão queimadas. Um dos principais benefícios da dança de salão é modelar o corpo. Por isso, o ideal é aliar a técnica a outras atividades que fortaleçam os músculos. Bruna Guimarães, 21 anos, estudante de design, pratica dança de salão três vezes por semana, há cerca de um ano. Ela conta que, depois das aulas, sua postura mudou completamente: "Tenho 1,70, sou bem alta e magra, por isso andava um pouco curvada. A dança de salão me colocou no eixo, sem que eu tivesse de me policiar o tempo todo para estar retinha", conta. Já Miriam Toledo, 39 anos, analista de qualidade, revela que sempre se sente mais disposta depois da aula. "Ela melhora a harmonia entre o corpo e a mente, e sempre traz um sentimento de bem-estar."



Agarre seu par

Uma das maiores preocupações para entrar nesta moda é: e se eu não tiver um parceiro? No problem. Na maioria das escolas, as duplas são formadas durante a aula. Mesmo os casais que se matriculam juntos podem ter a parceria desfeita. Uma das técnicas, por exemplo, é formar uma roda com as duplas e, a cada música diferente, a mulher passa a dançar com o homem ao lado, o que ajuda a combater a timidez dos dois. Bruna assina embaixo: "Sempre fui muito extrovertida, mas só com quem conheço. Na hora de apresentar algo em público, ou de conhecer pessoas novas, ficava supertímida! A dança me ajudou nesse aspecto também, porque é uma atividade social. Afinal, não dá para dançar sozinho...". , diz.

É certo que praticar sempre com a mesma pessoa evita que se desenvolva algumas habilidades como a intuição, os reflexos e a criatividade. "O difícil não é aprender o passo, mas, sim, dançar a dois. Precisa haver uma comunicação entre o casal, não se pode ser egoísta em nenhum momento. "Além de ser muito divertida, a dança ajuda a fazer novos amigos, porque exige um contato visual com o parceiro. Descobri que o mundo todo sabe dançar. Já rodopiei salsa até com um norueguês, acredita?", revela Miriam Toledo. E, cá para nós, não é uma delícia, mesmo, dançar a dois?



Entre nessa festa
Conheça os segredinhos dos ritmos mais dançados


Salsa: Caliente, nasceu em Cuba, e nos anos 50 se espalhou pelo mundo na voz de Benny Moré e sua Banda Gigante. Recebeu várias influências afro-caribenhas. No Brasil, ficou conhecida por meio do bailarino Fernando Claumann (em 2000 surgiu a primeira companhia especializada, a Conexión Caribe Companhia de Danças). Alguns parentes da salsa: o merengue, de origem dominicana, e a cumbia, da Colômbia. Outro ritmo parecido, que faz muito sucesso é o zouk, que lembra a lambada, mas é dançado de forma mais lenta e sensual. Gasta-se, em média, 250 calorias por aula de salsa, e os passos básicos são os requebrados e as curvas (na salsa cubana) e linha com giros mais rápidos (na Los Angeles).
No IPOD: La Vida es um Carnaval (Célia Cruz) e La Zenaida (Armando Hernandez).
Onde dançar: Rei Castro (SP), In Sano Bar (RS), Caribeño (Brasília).


Forró: Como tudo o que é brasileiro, o ritmo é uma mistura só. Até hoje não se sabe direito qual é a sua origem, e as variações são muitas: baião, xote, xaxado, universitário, vanerão, entre outras. Mas o que temos certeza é que não dá para ficar parado! Em uma aula perde-se cerca de 200 calorias. A base é a dobradiça (abertura lateral), a caminhada e o oito (o casal vira um de costas para o outro).
No IPOD: Morena Tropicana (Alceu Valença) e Flor de Lis (Bicho de Pé).
Onde dançar: Forró do Recanto (MG), Sala de Reboco (PE) e La Pedrera (SC).


Samba-rock: muitos dizem que este é um estilo de dança e não um ritmo. Com influência da bossa nova, do jazz e, claro, do rock, Jorge Benjor é o grande nome desse balaio. Um ótimo parente é o samba de gafieira, que nasceu na década de 40 e usa muitos instrumentos de percussão e cavaquinho. É o melhor ritmo para gastar calorias: 300 por aula. Os braços, são bastante movimentados, há muito swing e uma forte marcação.
No IPOD: Que Nega é Essa (Jorge Ben), A Volta da Gafieira (Alcione).
Onde dançar: Lapa 40º (RJ, gafieira), Clan (RS, samba-rock).



Tango: imortalizado por Carlos Gardel e por Al Pacino, em Perfume de Mulher, nasceu nas comunidades pobres e nos bordéis da periferia de Buenos Aires. Nem de perto tinha o luxo que vemos hoje e, inicialmente, era puramente dançante. Isso só mudou no fim dos anos 20, quando virou febre em Paris, e no mundo. A partir daí, a letra passou a ser parte essencial do tango. É uma dança de grande impacto visual, quase um teatro. Assim, deve-se abusar de caras e bocas! Normalmente queimam-se 250 calorias através dos deslocamentos.
No IPOD: Por una Cabeza (Carlos Gardel) e Santa María (Del Buen Ayre). Onde assistir a shows: Villa Alvear e Mister Tango (SP).



Ficha técnica

Perfil: não há idade ou biotipo específico para a dança de salão.
O primeiro passo: alguns casais procuram a academia para dar uma agitada no relacionamento, muitas mulheres querem desestressar. Para Jaime Arôxa, a dança é incrível porque reúne uma série de benefícios: "Você relaxa, trabalha o corpo e ainda se diverte".


A aula: tem de uma a duas horas, geralmente com o mesmo ritmo ou com estilos parecidos.
Grau de dificuldade: quase todas as escolas de dança dividem os treinos em Iniciante, Intermediário e Avançado. O primeiro traz os passos básicos, onde se procura desenvolver a coordenação motora. Com o passar dos módulos, aumenta a velocidade, o número e a dificuldade dos movimentos. Um dos ritmos mais difíceis é o samba-rock. Então, quando chegar lá, fique a vontade para se sentir a própria Jessica Alba no filme Honey.


Roupa: prefira as aderentes, que se moldam ao corpo. Os sapatos precisam ter a sola lisa, mas existem modelos próprios para cada estilo de dança.
Onde dançar: não pense que só em apresentações e shows específicos você poderá colocar suas novas habilidades em prática. Hoje, há muitas casas que tocam forró, samba... Só de salsa, por exemplo, há cerca de 20 bares em todo o país.


Só ou acompanhada: é mais fácil seguir coreografias do que dançar de improviso, com quem não se conhece. Então, se você é marinheira de primeira viagem, chame um colega de sala com quem já está acostumada a dançar e vá para a balada! E, quem sabe, seja justamente seu príncipe quem vai tirá-la para a pista? Foi assim com Carolina Braga, 29 anos, advogada. "Criei um círculo de amizades na dança, porque sempre saíamos para praticar, em festas

Foi assim que me aproximei do Fabio. Fazíamos aula juntos, e começamos a ficar muito próximos. Uma coisa levou à outra, e já estamos juntos há cinco anos!", conta. Deu para perceber que a dança também leva à paixão. "Quando chego em casa, coloco uma música, e danço, sempre. Tente encontrar o ritmo que te encanta. Assim, dedicará todo o tempo que tiver livre, mesmo que seja pouco, à dança", conta Marta Formoso, embaixadora mundial da Adidas e professora de dança.


10 histórias para se inspirar

1. No Balanço do Amor (1 e 2)
2. No Ritmo do Amor
3. Perfume de Mulher
4. Salsa, Ritmo Quente
5. Tango de Carlos Saura
6. Com a Bola Toda
7. Dança Comigo?
8. Ela Dança, Eu Danço
9. Lambada
10. Coleção didática Aprenda a Dançar, de Jaime Arôxa


Fonte: Revista CORPO A CORPO

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