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A tireóide está engordando você?


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Essa glândula, que fica bem no meio do pescoço, controla o funcionamento de todo o organismo. Quando ela está devagar, o metabolismo fica mais lento e você ganha peso com maior facilidade. Entenda melhor como a tireóide funciona e investigue se a sua também está trabalhando em câmera lenta


por Marjorie Umeda


Parece que hoje em dia todo mundo sabe de pelo menos uma mulher que tem ou teve alguma alteração na tireóide. A mais conhecida é o hipotireoidismo, doença que incomoda muito porque causa aumento de peso, cansaço e desânimo.



A atriz Deborah Secco, que já sofreu com o problema, conta que, durante a crise, nem tinha vontade de sair de casa. Trata-se de um mal predominantemente feminino: para cada sete mulheres com essa alteração, há apenas um homem.

O número de casos vem aumentando nos últimos anos. Uma pesquisa realizada entre 2001 e 2002 na Grande São Paulo, com mulheres de 20 a 78 anos, mostra que cerca de 10% das participantes apresentavam sinais clínicos e laboratoriais da doença. “Os valores esperados eram de 5%. Hoje, percebemos mais casos devido a três fatores: diagnóstico mais preciso, mais pedidos de exames e o fato de sabermos que algumas doenças da tireóide são hereditárias”, diz Geraldo Medeiros- Neto, professor de endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), presidente do Instituto da Tireóide, em São Paulo, e coordenador da pesquisa citada acima.



Trabalho lento, quilos a mais

Melhor esse descompasso, é preciso compreender o seu papel. Ela é uma das nossas maiores glândulas e tem o formato de uma borboleta. Segue os comandos da hipófi se, uma espécie de glândula mestra que secreta hormônios que atuam em todo o organismo, entre eles o TSH, que aciona o funcionamento da tireóide. Ela, por sua vez, fabrica os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam o metabolismo e atuam em órgãos vitais como coração e rins.

Quando a tireóide está trabalhando num ritmo abaixo do esperado, há um quadro de hipotireoidismo e o corpo todo sente. Uma das principais causas dessa alteração é a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune, ou seja, o próprio organismo fabrica anticorpos para destruir as células da glândula. Como conseqüência, a tireóide funciona num ritmo mais lento. O problema é hereditário: se sua mãe, tia ou avó sofrem com ele, é necessário investigar se você também produz esses anticorpos.

Com o metabolismo devagar devido à carência dos hormônios, o aumento de peso e o cansaço aparecem. A libido tende a cair. É como se o organismo todo trabalhasse com menos energia. Mas se você engordou mais do que 5 quilos, não dá para culpar só a glândula. “O aumento de peso provocado pelo hipotireoidismo é de 4 a 5 quilos. Não mais do que isso”, diz Marcio Mancini, endocrinologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Embora os sintomas sejam desagradáveis, assim que o mal é diagnosticado, é feita a reposição dos hormônios. Uma vez acertada a dose do medicamento, seu organismo volta ao ritmo normal e os sintomas tendem a desaparecer




Quilos a mais e... resultado negativo

Se a doença é comum, existe um quadro anterior que é ainda mais freqüente, o hipotireoidismo subclínico. Aqui, a paciente apresenta todas as queixas, mas os níveis hormonais ainda estão normais nos exames laboratoriais. O aumento desses casos pode estar ligado à correria da vida moderna. “Quem não dorme bem e vive estressada compromete várias etapas da produção hormonal, afetando a secreção das glândulas e o ritmo do organismo”, diz o endocrinologista Tércio Rocha, do Rio de Janeiro.

O quadro subclínico divide a opinião médica. Enquanto alguns preferem não prescrever medicamentos quando os níveis ainda estão dentro da margem normal, outros não têm dúvidas de tratar imediatamente o problema. “Se tenho uma paciente com os sintomas, não posso mandá-la para casa e esperar piorar o quadro. Nesse caso, indico uma dosagem baixa de hormônio. Com o ritmo de vida que as mulheres levam, a glândula precisa estar bem afinada para dar conta do recado”, diz Tércio.




Alimentação certa ajuda

Outra especialidade que atua nos casos de hipotireoidismo subclínico é a nutrição funcional. Os profissionais dessa área associam o problema à falta de minerais como selênio, zinco e ferro. “A tireóide precisa deles para trabalhar direito”, diz Gabriel de Carvalho, nutricionista funcional e presidente do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional. Outra questão é o excesso de metais tóxicos como mercúrio e cádmio, que atrapalham o metabolismo da glândula. “Nos quadros subclínicos, há a melhora dos sintomas só com a eliminação dos metais tóxicos e a suplementação dos minerais que estão em falta”, garante Gabriel. Mesmo quando a doença é confirmada, a alimentação certa também ajuda o organismo a assimilar o medicamento.

Os alimentos indicados para suprir o selênio são as oleoaginosas, como castanhas e nozes. O zinco tem boas fontes nos frutos do mar e nas leguminosas como lentilha e feijão-carioca. E o ferro está presente nas carnes e nos cereais integrais. Mas, como cada uma de nós pode ter carência de diferentes minerais, é melhor fazer exames específicos que mostram qual é a deficiência, para uma reposição adequada.

Associando os hormônios com a reposição dos minerais necessários, você junta forças para a sua tireóide funcionar no rítmo certo. Com isso, os quilos a mais são queimados, seu ânimo reaparece, a libido volta a crescer e você vive muito melhor.




De olho no hipotireoidismo


O aumento de peso é um dos sinais mais associados ao trabalho lento da glândula. Mas ele não é o único e muitas vezes pode nem aparecer. “O importante é o conjunto dos sintomas que cada paciente apresenta”, diz Marcio Mancini, endocrinologista. Se tiver alguns dos listados abaixo, vale procurar um médico para checar o funcionamento da glândula.

- aumento de peso, 4 a 6 quilos
- pele seca
- queda de cabelo
- unhas fracas
- dor de cabeça
- prisão de ventre
- maior sensibilidade ao frio – principalmente nos pés e nas mãos
- aumento no colesterol
- memória ruim
- dificuldade de concentração
- desânimo
- sensação de cansaço e fraqueza
- queda na libido




Exames que desmascaram o problema

Para avaliar o funcionamento da sua tireóide, o médico costuma pedir um exame que mede a quantidade do hormônio estimulador (TSH) e a dosagem de T4 livre. Muitas vezes também solicita a verificação de anticorpos antitireóide – para checar se existe predisposição à tiroidite de Hashimoto.




O perigo das fórmulas para emagrecer

Um fator capaz de desafinar a sua glândula é o uso de “fórmulas mágicas” para perder peso. Embora seja proibido pela Anvisa manipular medicamentos com os hormônios da tireóide (T3 e T4) e fármacos similares (Triac), muitos médicos usam essas substâncias em remédios para emagrecer. Além de criminosa, a atitude coloca sua saúde em risco. No primeiro momento, você perde peso pois o metabolismo fica acelerado, em um quadro provocado de hipertireoidismo. “Nesse caso, não se perde apenas gordura mas também massa muscular e massa óssea. Isso é perigoso”, explica Marcio Mancini. Ao parar de tomar a fórmula, vem o rebote: a tireóide fica desregulada e trabalha mais lentamente, como no hipotireoidismo. Como você viu aqui, definitivamente não compensa brincar com a sua tireóide para perder alguns quilinhos. O melhor é apostar em atividade física regular e alimentação balanceada para emagrecer com saúde.

Quando a tireóide fica acelerada O hipertireoidismo, ao contrário do hipotireoidismo, é o funcionamento acelerado da tireóide. Os sintomas são: aumento da freqüência cardíaca, nervosismo, ansiedade, perda de peso (resultante da queima dos músculos), entre outros.




Fonte: Revista BOA FORMA

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2 comentários:

Anônimo disse...

eu ha ha um ano tive diaginostico da tiroide. tenho vivido normlmente .eceto o ganho de peso,ganhei 10 kilos. ssss

Anônimo disse...

eu ha ha um ano tive diaginostico da tiroide. tenho vivido normlmente .eceto o ganho de peso,ganhei 10 kilos. ssss