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Cabelo também envelhece


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Em qualquer idade, é possível manter os fios viçosos, brilhantes e saudáveis. Veja como a tendência em lançar produtos com tecnologia antiaging pode prolongar a beleza e a vitalidade da fibra capilar.

por Heloísa Noronha

Ao pensar em cabelo envelhecido, a primeira imagem que nos surge à mente é a de uma cabeça branquinha, alva como um chumaço de algodão. Mas não são só os grisalhos que entregam a idade das madeixas, não. A juventude dos fios está intimamente ligada à qualidade de vida – e, portanto, à maneira como se cuida da vaidade. É claro que a canície – nome científico do aspecto grisalho – é, sim, um sinal importante, que denuncia a perda de células produtoras de pigmentos. Outros aspectos, porém, merecem atenção: fios ralos, perda de textura, diâmetro e densidade, quebras, pontas partidas e, em casos extremos, queda.



Assim como acontece na indústria de cosméticos faciais e corporais, as empresas de produtos capilares têm concentrado esforços em retardar, ao máximo, os efeitos do tempo sobre os fios. Ainda não se chegou a nenhuma fórmula mágica capaz de deter o surgimento dos brancos (sim, a clientela será fiel às colorações por um bom tempo…), mas várias novidades podem ajudar a preservar a saúde e a aparência bonita das madeixas. Antes de conhecer tais novidades, é preciso entender como acontece o envelhecimento capilar. À medida que os anos passam, segundo o tricologista Ademir Jr., de São Paulo, as raízes não trabalham produzindo o crescimento adequado dos fios e seus componentes, principalmente as proteínas, ficam mais fracos e suscetíveis a danos. “O resultado é o aparecimento de cabelo quebradiço, arrebentado, fino, sem brilho, desidratado e menos maleável e macio”, diz o especialista.

Fatores externos como alterações climáticas, sol, poluição, água do mar, cloro e uso inadequado ou excessivo de pranchas, secadores, modeladores de cachos e químicas acabam prejudicando a saúde dos fios. Também é possível citar fatores internos como stress, tabagismo, má alimentação, doenças, problemas hormonais e ingestão de medicamentos.




Atenção ao couro cabeludo


Segundo Sheila Duarte, gerente de formação da L’Oréal Professionnel, o passar dos anos também faz com que haja diminuição da atividade das glândulas sebáceas, deixando o cabelo e o couro cabeludo ressecados. Há o enfraquecimento do manto hidrolipídico (camada de gordura que reveste a pele e o couro cabeludo), resultando na perda de vitalidade e de nutrição da raiz, que passa a fabricar um fio mais fino e frágil, com menos brilho e beleza. É por essa razão que as empresas de cosmética capilar se empenham cada vez mais em lançar produtos que atuem no couro cabeludo. “Felizmente, de um tempo para cá as pesquisas científicas avançaram muito no que diz respeito ao cabelo”, comenta Sheila, referindo-se ao número crescente de novas substâncias que surgem no mercado. Para o tricologista Ademir Jr., o ativo da vez são os filtros de proteção solar, já que, assim como a pele, os raios UVA e UVB provocam danos nos fios – ressecamento, desbotamento, perda de brilho, entre outros problemas. “Porém, no geral, a indústria se caracteriza por agentes oleosos como os ácidos graxos essenciais que ajudam a corrigir problemas capilares pré-existentes e previnem novos prejuízos. Há silicones que diminuem a perda de água do cabelo e promovem elasticidade e maleabilidade”, completa. Os ativos que normalmente costumam fazer parte das fórmulas cosméticas antiaging são aqueles que aceleram o metabolismo celular, reconstroem e protegem o fio ou, ainda, combatem os radicais livres, que por sua ação oxidante, são responsáveis pelo envelhecimento da pele e do cabelo – É fundamental, então, combatê-los. “Para isso podem ser utilizadas vitaminas como a C e a E ou extratos naturais como o de chá verde. Outras substâncias muito empregadas são os aminoácidos como a serina, arginina, prolina e cisteína, principais componentes da fibra capilar, que melhoram a resistência dos fios, conferem hidratação, brilho e maleabilidade. Alguns produtos, como o óleo de oliva, aumentam a elasticidade, enquanto o d-panthenol, por exemplo, previne sua desidratação e mantém a vitalidade”, assegura Cristina Dutra, gerente de marketing da marca Mutari.



Proteína neles

De acordo com a dermatologista Fabiana Pietro, de São Paulo, professora da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (SBME), estudos científicos comprovam que as proteínas são importantes na composição de qualquer produto capilar e para todo tipo de cabelo, pois formam um filme que combate a perda de água, evitando a desidratação. “Elas podem ser extraídas de fontes vegetais como trigo, arroz, seda, soja e outros cereais, e estão disponíveis no mercado cosmético na forma de um complexo chamado Bioex Cereais”, avisa. Esses itens também fecham as escamas, defendendo contra o acúmulo de resíduos no interior das mesmas, e formam filmes protetores que funcionam como barreiras para agentes externos. Outras substâncias fundamentais são o ômega 6, que reconstrói a fibra capilar ao ser transformado em ceramida; a coenzima Q10, que reativa a produção de queratinas essenciais, reduzida com o passar do tempo, e o colágeno, que completa os espaços gerados na estrutura dos fios. Cris Zucarelli, técnica da marca Schwarzkopf Professional, explica que a combinação de coenzima Q10 e colágeno equilibra os efeitos da idade pela reativação da produção de queratina. “Aliados ao bisabolol, derivado da camomila, e à alantoína produzida sinteticamente, promovem a melhora da condição do couro cabeludo, garantindo que a pele permaneça sadia”, relata Cris.




Efeito sinérgico

Uma tendência atual é misturar ativos em um único cosmético, pois cada um tem uma ação específica, gerando resultado mais completo e perceptível. “ As substâncias agem sinergicamente para reconstruir a fibra capilar”, atesta Cristina Dutra. Outra vertente, como a explorada pela Felithi Cosméticos, utiliza itens extraídos da natureza, como maracujá, murumuru, cupuaçu, pitanga e outros elementos da flora brasileira. “ Eles também tem a vantagem de não afetar o meio ambiente. Graças à rica biodiversidade brasileira, as pesquisas na área antiaging vêm avançando”, destaca Eliane Nogueira, gerente técnica da marca. Além de xampus, condicionadores, finalizadores e ampolas para tratamento intensivo, as colorações profissionais também têm apostado no conceito para atrair salões e consumidoras. É o caso da Itallian Color Sopremo, Itallian Hairtech. Segundo Marisa Sasaki, do departamento técnico da marca, trata-se de uma linha de coloração permanente especialmente desenvolvida para os altos percentuais de fios brancos. “ O diferencial é o blend Densfor, com ativos de tecnologia de ponta que estimulam o crescimento, fortalecem os fios a partir do folículo e protegem a cor. Ele ainda atua na fibra, diminuindo a queda em 60%, aumenta os novos fios em 38% e eleva a resistência à quebra em uma única aplicação em 29%.




Fonte: Revista CABELOS & CIA

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