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Quanto mais dietas, menos você emagrece?


quinta-feira, 26 de março de 2009

Pode parecer estranho, mas é verdade. O efeito sanfona dificulta ainda mais a manutenção do corpo. Veja os motivos e, ainda, 8 maneiras de fugir desse quadro

Por Fabiana Gonçalves


É quase contraditório imaginar que depois de emagrecer nosso corpo reaja com um metabolismo mais lento. Mas a verdade é que, de acordo com os especialistas, depois da perda de peso as células de gordura apenas murcham. Logo, com qualquer vacilo, elas voltam a inflar e a se reproduzir. “Vamos imaginar uma pessoa que emagreceu 10 kg apenas com regime. Como ela ficou um período com uma alimentação mais restrita, seu metabolismo, que sempre esteve acostumado com uma grande quantidade de comida, passa a economizar energia, deixando-o mais lento. De cara, ela passa a gastar menos energia e, assim, ganha mais facilidade para engordar”, exemplifica Antônio Roberto Chacra, chefe de Endocrinologia da Unifesp.



Por essa razão Alessandra Rascovski é categórica: “Quando se faz exercícios, principalmente musculação, após o emagrecimento, há um aumento de massa muscular que, por sua vez, acelera o metabolismo, aumentando a queima calórica. Com isso, dificulta o ganho de peso”, assegura Alessandra. E, cuidado: quanto mais você faz dieta e não mantém o peso, mais difícil será a próxima. O mesmo acontece com dietas restritivas demais. Se você parar de comer, seu corpo vai se habituar a viver com aquela quantidade pequena de comida. E, quando você voltar a comer normalmente, vai ganhar peso! Caso queira perder peso de novo, vaiter que comer menos ainda. E vai prejudicar sua saúde. Portando, fique de olho.



Acabe com o efeito sanfona

A realidade é que esse engorda-emagrece-engorda tem várias causas até então desconhecidas por nós, mas que fazem toda a diferença quando temos consciência do que acontece com o nosso corpo, e que dificulta tanto a manutenção do peso. E é principalmente essa diferença que pode nos fazer refletir sempre que avançamos num pedaço a mais de pizza ou aceitamos a segunda fatia daquele bolo delicioso.


Nunca esqueça que para engordar basta umas dessas quatro atitudes:

1. Comer demais

2. Queimar menos calorias do que consome

3. Armazenar energia (gordura) com facilidade

4. Ter dificuldade para desfazer essa gordura



Já nascemos com as células de gordura

Segundo a endocrinologista Alessandra Rascovski, do Hospital Clínicas e da Clínica Filippo Perdrinola e Alessandra Rascovski, (SP), nascemos com um número determinado de células gordurosas. No entanto, elas não são apenas responsáveis pelo armazenamento de gordura, mas também produzem alguns hormônios como a septina, por exemplo, que é uma das responsáveis por nos fazer engordar. “Embora, as pessoas nasçam com essas células, para que elas venham se desenvolver e se multiplicar, vão depender do tipo de alimentação que se fizer. Não apenas na vida adulta, mas também na infância”, afirma. “Por isso, insisto em informar aos pais sobre a importância dos hábitos alimentares saudáveis, desde a tenra idade”, orienta. “Logo, se eles incentivam a criança aos 2 anos de idade a consumir produtos altamente calóricos e gordurosos, como batata frita e chocolate, ou se ela come muito e errado, desde cedo, as células vão se multiplicando precocemente e podem acompanhá-la até a fase adulta”, esclarece.

Esse resultado é fácil de notar nos pequeninos e rechonchudos. Para a médica, as principais etapas de multiplicação das células de gordura são: aos 2 anos e dos 7 aos 9 anos, além do decorrer da vida. “Mas é claro que quanto mais cedo é modificada a alimentação, mais fácil é o emagrecimento e a manutenção do peso. Até porque os baixinhos têm uma capacidade maior de queimar calorias do que os adultos, pois o metabolismo está em pleno vapor”, afirma.




Fuja das armadilhas

Como a adaptação aos novos hábitos alimentares não ocorre de uma hora para outra, abaixo, os dois especialistas dão dicas de como fugir das ciladas que levam ao efeito sanfona:

1. As dietas drásticas podem levar ao efeito rebote depois. Por isso, consuma, moderadamente, todos os grupos alimentares (carboidratos, de preferência os complexos, proteínas magras, verduras, legumes e frutas).

2. Deixe seu cardápio o mais variado possível, pois a falta de opções leva à desistência.

3. Procure diminuir as porções de carboidrato das refeições.

4. Se um dia der vontade de saborear um doce, um chocolate, coma. Mas lembre-se: um mata a vontade, dois podem ser deliciosos, mas do terceiro em diante vira compulsão.

5. Não jogue tudo para o alto só porque foi a uma festa e abusou. No dia seguinte, diminua as porções, assim, não aumentará o peso. Só não faça da exceção a regra.

6. Não fuja da balança. Pesar-se uma vez por semana é necessário. Primeiro, porque é preciso enfrentar os dígitos; depois, para impor metas. E, por último, para não escapar da oscilação de, no máximo, 2 kg.

7. Coloque isso em prática: a atividade física é fundamental para manter-se na linha.

8. E, lembre-se: a manutenção do peso é para a vida inteira.

Fonte: Site itodas.uol.com.br

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