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Emagrecer é enfrentar desafios


segunda-feira, 9 de março de 2009

Para entrar naquele tão sonhado jeans é necessário enfrentar alguns desafios, mas a recompensa é fantástica...

Por Ellen Simone Paiva - Endocrinologia e nutrologia


A mudança não é apenas metabólica, mas também psíquica, é recomendável que conte com suporte psicológico durante a fase de emagrecimento, para se sentir amparado e confiante, pronto para vencer os momentos de desânimo que surgem no meio do processo de emagrecimento.

A seguir, faremos breves comentários sobre os principais obstáculos que o paciente que deseja emagrecer enfrenta:



- Orientação nutricional x dietas da moda

Para auxiliar a vencer as dificuldades inerentes às dietas, trabalhamos com orientação nutricional e não com a prescrição de dietas da moda . Quando se busca o emagrecimento por meio da orientação nutricional, o paciente recebe um cardápio específico, que busca atender seus gostos alimentares de maneira balanceada e em quantidade calórica adequada a seu peso. Quando se busca o emagrecimento por meio das dietas da moda , o paciente entra num campo perigoso, mais favorável ao fracasso, pois estas dietas são prescritas sem o menor compromisso com a saúde e a nutrição das pessoas. Elas objetivam apenas a perda de peso e não atendem a nenhuma necessidade nutricional. São monótonas, muitas vezes de sabor duvidoso e sem nenhuma chance de serem mantidas a longo prazo.



- Posso comer isto ou aquilo à vontade?

É muito comum que diante das restrições prescritas pelo médico, o paciente passe a ter um desejo incontrolável de ingerir maior volume de determinados alimentos ou faça opções por alimentos que não despertavam sua atenção anteriormente. Também não é raro ouvir a seguinte pergunta: Posso comer frutas à vontade ou qualquer coisa à vontade? Frutas à vontade são também grandes armadilhas das dietas, pois são alimentos muito saudáveis, mas muito calóricos e com pequeno poder de saciedade. Esse qualquer coisa significa que não interessa o sabor do alimento, o que interessa é a sonhada possibilidade da ingestão irrestrita de um alimento. Isso por si só já declara que algo errado está acontecendo e que o comer está se desviando para a compulsão. Não há problema algum em comer alguma coisa a vontade, desde que a pessoa tenha uma vontade não compulsiva.



- Tenho que seguir a dieta a risca no final de semana?

Os finais de semana constituem-se numa barreira comum para quem está em dieta. Mesmo assim há como resolver o problema com versatilidade e bom humor. Para ser bem sucedida, a dieta não pode impedir os passeios, as férias, o convívio familiar e dos amigos. Daí a importância de uma dieta individualizada e que atenda as nuances e características individuais. Não há problema algum em comer fora para alguém que faça opções menos calóricas em qualquer tipo de restaurante. Nas cantinas, a opção deverá ser pelas massas simples e sem recheio como os espaguetes, ao invés das lasanhas e rondeles. A escolha do molho também é importante, uma vez que muitos deles são mais calóricos do que a própria massa, como é o caso dos molhos brancos, bolonhesa e quatro queijos. Além disso, não abrir mão de um bom prato de salada antes do prato principal, seja ele uma massa ou uma carne.

As vantagens da salada vão muito além de serem pratos saudáveis e nutritivos. Elas reduzem a voracidade da fome e suas fibras causam maior saciedade a qualquer tipo de alimento que venha depois. Quando estamos motivados, essas medidas não impedem as festas e os passeios. Além do mais, os erros que realmente impedem as dietas são aqueles pequenos delitos diários, que nada têm a ver com as festividades. São aqueles pequenos erros clandestinos, muitas vezes, cometidos sozinhos, cheios de culpa e que nada lembram as festas.



- Não agüento mais comer a mesma coisa, todos os dias .

Dietas muito monótonas são impossíveis de serem seguidas durante muito tempo. Comer apenas frutas e verduras, abolindo carboidratos e doces leva a perda de peso rápida, principalmente, porque o paciente também perde massa magra e água corporal em grande quantidade, nos primeiros 3 meses. Mas depois deste período, o paciente vai diminuindo sua adesão à dieta e começa a haver uma desaceleração, progressiva na perda de peso, que por fim, resultará na volta ao peso inicial. Logo, as dietas devem ser versáteis e possibilitar trocas inteligentes, mas os pacientes também devem estar dispostos a pensar nas variações do cardápio. Uma grande parte dos pacientes não quer pensar no que comer, quer um cardápio pronto, com as definições do que ele deve comer, como se isso fosse facilitar sua dieta.



- Posso tomar um chopinho só com a turma do escritório?

Comemos muito mais quando bebemos. As bebidas alcoólicas são entraves reais às dietas, pois contém 7 calorias por grama de álcool e apuram o paladar, tornando os alimentos muito mais saborosos e irresistíveis. Entretanto, há boas notícias em relação ao álcool, em geral, e ao vinho, em particular. O vinho tinto, quando ingerido em pequenas doses diárias, pode conferir proteção cardiovascular. O sinal vermelho acende quando o álcool passar a impedir a implementação e manutenção da dieta. Quando isso não ocorre, a ingestão moderada do álcool deve ser analisada em relação ao valor calórico total da dieta, para que padrões de ingestão compatíveis com a perda e a manutenção do peso possam ser prescritos pelo médico.



- Posso comer pelo menos um bombom durante o dia?

Os doces e chocolates são formas de carboidratos que podem fazer parte das dietas. Para que não inviabilizem a perda e a manutenção do peso, eles devem substituir outras formas de carboidratos e não serem simplesmente adicionados à dieta. O maior problema com relação ao consumo de chocolates é a ingestão compulsiva e em grandes volumes. Se quiser ingerir doces na sobremesa, o paciente deve reduzir o carboidrato complexo da refeição (arroz, batata, pão, milho, macarrão). Entretanto, é importante lembrar que a troca pode levar à dificuldade em relação à saciedade. O paciente precisa saber também que alguns doces são muito ricos em gordura de que em carboidratos (sorvetes, tortas e chocolates) e para consumi-los, não basta reduzir os carboidratos. A atitude de trocar os carboidratos complexos não deve ser diária, pois eles são muito importantes para a manutenção da saúde e não podem ser substituídos totalmente.



- Por mais quanto tempo vou ficar em dieta?

Não adianta pressa, emagrecer leva tempo, entretanto, dietas muito longas e com resultados lentos podem dificultar a aderência a estes programas de emagrecimento. Aqui também vale a orientação ao paciente de que, caso ele queira fazer uma dieta duradoura, sua orientação alimentar deve prever diretrizes que ele possa seguir pelo resto da vida. Quando o paciente faz a opção por uma dieta mais rigorosa para alcançar resultados a curto prazo, ele deve ser orientado que a manutenção de peso será muito difícil e que ele provavelmente vai voltar a ganhar peso, pois não conseguirá fazer grandes sacrifícios durante muito tempo.



- Como conciliar harmonicamente dieta e a vida social?

Mesmo reuniões de negócios muito freqüentes tornam difícil a busca de estabilidade dietética. Além de nos expor a alimentos muito diferentes e elaborados, almoços e viagens de negócios freqüentes, festas e happy hours afastam o paciente do maior aliado da dieta: a rotina. Ou seja, comer, nos mesmos lugares e comer o trivial na maior parte dos dias, torna muito mais fácil seguir a dieta. Orientamos os pacientes a comer antes de ir aos eventos sociais, principalmente quando há a programação de refeições servidas muito tarde. Isso evita o consumo excessivo dos pratos servidos nas festas.



- É melhor trocar o jantar por um lanchinho?

Atualmente, as mulheres geralmente não sabem cozinhar e não se interessam em aprender. Resultando nos alimentos fast foods para o jantar ou começaram a fazer lanchinhos intermináveis que começam por volta das 20h e só terminam à meia noite, na hora de dormir. Ao contrário do jantar, que tem começo, meio e fim. Os lanches, geralmente, têm esses limites de início e fim menos precisos. Além disso, quando cozinhamos, temos a oportunidade de preparar o alimento que gostamos de forma menos calórica. Podemos trocar o leite integral pelo desnatado; a maionese, o creme de leite e a margarina pelas versões lights ou por molhos de iogurte ou queijo cottage; grelhamos, ao invés de fritar ou empanar; trocamos o bacon pelo alho e reduzimos os óleos vegetais no preparo dos alimentos.

Fonte: Site: Minhavida.com.br

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